Sistemas Off-Site

A construção off-site, também conhecida por construção modular ou pré-fabricada, é uma nova forma eficaz de construir. Em comparação com o método de construção tradicional, esta é mais eficiente, sustentável e de elevada qualidade.

Fig. 1 – Classification of prefabricated systems used in construction. Source: Author based in Garrison & Tweedie (2008)

Numa perspetiva mais ampla, a construção pré-fabricada envolve a fabricação de componentes padronizados de construção numa fábrica externa, antes de serem transportados e montados no local. No entanto, embora o processo de montagem possa parecer, em muitos aspetos, semelhante entre os diversos projetos de pré-fabricação, os vários tipos de sistemas pré-fabricados disponíveis no mercado podem variar significativamente.

Uma das principais diferenças está diretamente relacionada com o facto de, enquanto alguns projetos são construídos com painéis pré-fabricados, outros recorrem a módulos tridimensionais equipados e acabados, na totalidade, com portas, janelas e acessórios. Além disso, ao contrário dos componentes bidimensionais pré-fabricados, que requerem, no local, um processo de montagem mais moroso, as unidades tridimensionais chegam prontas para instalação. 

Vejamos mais de perto os dois tipos de sistemas pré-fabricados, bem como os prós e contras de cada um:

Módulos Volumétricos 3D

Elementos volumétricos fabricados em ambiente fabril e posteriormente enviados para o local de construção. Em geral, constituem espaços uteis das habitações como casas de banho, cozinhas, lavandarias, etc. e são enviados para obra completamente finalizados no seu interior. C.Goodier &A.Gibb (2007).

Estas unidades podem ser edifícios completos ou parciais. O principal benefício dos Pods, uma vez que implica mais trabalhos de fábrica, é a produtividade e velocidade, devido ao fabrico ser paralelo com a construção no local. Ao mesmo tempo, os Pods antecipam mais algumas necessidades de coordenação das diversas especialidades e diversos testes necessários para fábrica.

Prós: uma vez que os sistemas 3D são montados, maioritariamente, numa instalação controlada, fora do local, há menor probabilidade de danos, desperdício material e, facilita o andamento de trabalhos, uma vez que não está pendente de determinadas condições climatéricas. Entre os principais benefícios destes sistemas destacam-se, também, a precisão do processo de montagem e, não menos importante, a otimização do tempo.

Contras: os sistemas 3D podem ter grandes dimensões o que, por vezes, resulta em limitações em termos de tamanho, custos de transporte, manuseamento e colocação em obra.

Melhor uso dos sistemas 3D: devido à complexidade inerente ao transporte de unidades maiores (ao qual estão associados, geralmente, custos elevados), o uso de sistemas 3D é ideal quando existe acessibilidade direta ao local (isto é, sem obstáculos significativos para a deslocação de um camião de grandes dimensões até ao local) e obstruções mínimas para a colocação dos módulos. Os sistemas 3D são também uma excelente opção quando a mão de obra no local é limitada e quando as condições climatéricas não são favoráveis.

Painéis 2D

Este sistema, também conhecido por sistema de painéis (panelides system), consiste na produção off-site de painéis que posteriormente são enviados para a obra para formarem estruturas tridimensionais. Esta tipologia tem ganho terreno na indústria da construção em comparação aos sistemas modulares, uma vez que apresenta maior flexibilidade na concessão de diferentes tipos de design e menores custos de transporte em comparação aos sistemas modulares. Além disso, se necessário, estes painéis podem chegar ao local pré-preparados com diversas especialidades.

Prós: devido à sua natureza bidimensional e capacidade de empilhamento, os painéis pré-fabricados são, geralmente, mais fáceis de transportar do que as unidades 3D. Contudo, é importante ter em atenção que, embora seja possível entregar mais materiais de uma só vez e, consequentemente, a um custo menor, é necessário investir tempo e dinheiro para concluir a montagem no local de trabalho.

Contras: embora as conexões entre os painéis 2D sejam, em regra, mais simples do que as conexões entre os módulos 3D, é necessária uma montagem, peça por peça, mais detalhada. O trabalho que fica por ser finalizado, em obra, como por exemplo, a união dos painéis, constitui também uma desvantagem dos painéis 2D. 

Fig. 2 – Imagem ilustrativa, painéis 2d vs módulos volumétricos

Melhor uso dos sistemas 2D: as soluções em painéis 2D oferecem mais flexibilidade e maior agilidade do que os módulos 3D. Um bom exemplo são os espaços que têm menos compartimentação e menos especialidades, algo para o qual os sistemas 3D são mais adequados. Independentemente do tamanho, os painéis 2D são, também, adequados para projetos residenciais personalizados. Existe ainda uma maior possibilidade de repetição destes módulos, em diversos projetos, ou seja, um mesmo módulo 2D dar resposta a duas ou mais obras.

Abordagem Híbrida

Enquanto algumas estruturas utilizam apenas painéis 2D ou então módulos 3D, os projetos híbridos combinam sistemas 2D e 3D. Esta é, sem dúvida, uma das principais razões pelas quais estes projetos estão a tornar-se cada vez mais populares na construção pré-fabricada.

Para a utilização eficaz da abordagem híbrida, algumas equipas de projeto e construção estão a fabricar casas de banho ou cozinhas em Pods e, posteriormente, a construir a restante estrutura a partir de painéis 2D. Esta estratégia otimiza o processo de construção para as duas áreas diferentes do edifício, proporcionando melhorias de alta produtividade nas zonas mais detalhadas. Além disso, oferece flexibilidade máxima para todas as outras áreas.

No gráfico abaixo (Figura 3), é possível verificar a comparação entre as metodologias apresentadas no presente artigo e os métodos convencionais de construção, através de um cronograma de projeto/construção.

Fig. 3 – Overview of MMC (panelised, hybrid and volumetric (modular) against conventional construction (MMC Wales 2008)

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